Navarra
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A história da uva e do vinho, nessa região, é realmente interessante. Para quem gosta de história, para quem gosta de uva, e para quem gosta de vinho! Bem-vindo a Navarra, no norte da Espanha!
A tradição da uva, aqui, vem de muito longe. Recentemente, pesquisadores identificaram, em Navarra, plantas da primitiva Vitis silvestris, encontrada em pouquíssimos lugares do mundo, e cuja origem pode chegar a, quem sabe, 5 milhões de anos!
A produção do vinho, por sua vez, acredita-se ter sido iniciada com os romanos. Vestígios arqueológicos de adegas, túmulos e ânforas comprovam essa tese.
Essa tradição sobreviveu ao domínio árabe, e expandiu-se significativamente com a ajuda do clero durante a Idade Média. Mas, depois de ver seu apogeu no século 19, a vinicultura em Navarra quase morreu, à época da Filoxera. Dos 50.000 hectares de vinhas existentes, 48.500 foram destruídos pela praga. Para saber mais sobre esse assunto, clique aqui.
Atualmente, existem cerca de 11.500 hectares ocupados por vinhedos, em Navarra, distribuídos em 5 áreas de produção, de acordo com a diversidade de clima e solo: Baja Montaña, Ribera Alta, Valdizarbe, Tierra Estella, Ribera Baja.
Cerca de 70% dos vinhos produzidos em Navarra são tintos, 25% são rosés, e apenas 5% são brancos (incluindo uma pequena parcela de vinhos de sobremesa).
As uvas mais cultivadas na região, dentre as autorizadas pelo conselho regulador da denominação de origem, são Tempranillo, Garnacha, Cabernet Sauvignon, Merlot, Graciano e Mazuelo. Entre as brancas, destacam-se Chardonnay, Viura e Moscatel.
Os rótulos mais emblemáticos dos vinhos de Navarra são, sem dúvida, rosés elaborados com Garnacha, e tintos produzidos com Tempranillo.
Os rosés de Navarra são necessariamente produzidos a partir do método de Sangria. Para entender melhor esse método, e conhecer outras formas de se obter vinho rosé, clique aqui. São em geral varietais de Garnacha, ou cortes de Garnacha, Cabernet Sauvignon e Tempranillo. Costumam ter aromas associados a morangos, framboesas e romãs. São frutados e frescos, e devem ser bebidos jovens, principalmente em dias de calor.
Os tintos Jovens, amadeirados ou não, apresentam uma cor púrpura escarlate, aromas de alcaçuz e frutos silvestres, como groselhas, mirtilos, morangos e framboesas. São excelentes acompanhantes para embutidos em geral, bem como para patês e queijos.
Os tintos Crianza, por sua vez, devem ter sido amadurecidos minimamente por 24 meses, sendo ao menos 12 deles em carvalho. Com isso, ganham uma cor de cereja com tons vermelhos. Ganham, também, notas finas de carvalho e de baunilha que se equilibram com seu caráter frutado. São perfeitos com carnes grelhadas e assadas, ensopados e queijos curados.
Maiores períodos de amadurecimento garantem o direito de rotular o vinho tinto como Reserva (3 anos com pelo menos 12 meses em carvalho), ou como Gran Reserva (5 anos com pelo menos 18 meses em carvalho), mas esses vinhos acabam sendo produzidos somente nas melhores safras, e com as melhores uvas. Apresentam cor cereja rubi, com tons atijolados, são muito complexos com nuances picantes no nariz, e também muito persistentes. Tratam-se de verdadeiras preciosidades.
A Espanha tem muito a oferecer, em termos de culinária, cultura e diversão. Para nós, principalmente, a Espanha tem muito a oferecer em termos de vinho! Que tal conhecer Navarra?
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